sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Miserável anônimo



Caminha tão rápido
Quanto a perna sã lhe permite
Em seu rosto flácido
A feição de um sorriso inexiste

Aonde vai o Sr. Sem Nome,
pelas ruas da cidade insône?

Suas vestes são velhas
Como articulações definhadas
Que por muitas guerras
Em sua vida foram judiadas

Aonde vai o Sr. Sem Nome,
o corpo descarnado pela fome?

Muitos anos carrega
Sobre os ombros arqueados
Muita tristeza expressa
No seu semblante tombado

Aonde vai o Sr. Sem Nome,
zumbi que à noite não dorme?

E eu a vislumbrá-lo
Sob este abrigo urbano, protegido
Ele a andar trôpego, calado
Na periferia do mundo, esquecido

Aonde vai o Sr. Sem Nome,
que na viela escura agora some?

Assim como surgiu, desapareceu
Um pálido espectro de homem
Só a pergunta permaneceu
Aonde ia o Senhor Sem Nome?


Autor: Sauro de A. Queiroz

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Mente Satisfeita

     Jeff Buckley tinha o estranho hábito de escrever ou cantar sobre a morte. Esta é uma linda música tocada na guitarra. Você pode dizer: - "Hoje, deixaria minha vida com a mente satisfeita"?





Mente Satisfeita

Quantas vezes você já ouviu alguém dizer,
Se eu tivesse dinheiro, faria as coisas do meu jeito.
Mas poucos deles sabem o quão difícil é encontrar,
Um homem rico com uma mente satisfeita.

 
Dinheiro não pode comprar de volta sua juventude, quando se é velho,
Um amigo, quando se está solitário, ou a paz para sua alma.
A pessoa mais rica é, por vezes, paupérrima
Comparada a um homem com uma mente satisfeita

 
Quando a minha vida acabar e o meu tempo se esgotar
Sem dúvida, vou deixar meus amigos e entes queridos
Porém, uma coisa é certa, quando chegar a minha hora,
Eu vou deixar esse velho mundo com uma mente satisfeita.
Mente satisfeita.

Janela no Céu

    A introdução ao piano de "Window in the sky", interpretada pelo U2, surgiu na minha mente junto com a brisa entrando sem pedir licença pela sala de aula do Seminário Presbiteriano do Sul. Foi um ótimo momento algumas semanas atrás lembrar do amor de Deus (leiam a letra).



Janela Nos Céus
 
As algemas foram retiradas
As balas deixaram a arma
O calor do sol
Nos manterá quando não houver mais nenhum

A regra foi contestada
A pedra foi movida
O grão é agora um bosque
Todos os débitos foram pagos

Oh, você não vê o que o amor fez?
Oh, você não vê o que o amor fez?
Oh, você não vê o que o amor fez?
O que fez comigo?

Amor cria estranhos inimigos
Faz amor onde parece improvável
Despe a alma em um strip-tease
Põe o ódio de joelhos

O céu acima de nossas cabeças
Podemos alcançá-lo de nossa cama
Se você me deixar entrar em seu coração
E sair da minha cabeça... cabeça...

Oh, você não vê o que o amor fez?
Oh, você não vê o que o amor fez?
Oh, você não vê o que o amor fez?
O que fez comigo?

Oh oh oh oh, ohh
Oh oh oh oh, ohh
Por favor, nunca me deixe fugir de você...

Eu não tenho vergonha...
Oh não,Oh não

Oh, você não vê o que o amor fez?
Oh, você não vê?
Oh, você não vê o que o amor fez?
O que está fazendo comigo?

Você não pode ve o que o amor fez?
Eu sei que te feri e te fiz chorar
Você não pode ve o que o amor fez?
Fiz tudo menos matar você e eu
Você não pode ve o que o amor fez?
Mas o amor deixou uma janela nos céus
O que está fazendo comigo?
E eu sou fã do amor

Você não vê o que o amor fez?
Para todo coração partido
Você não pode ve o que o amor fez?
Para todo coração que chora
Você não pode ve o que o amor fez?
O amor deixou uma janela nos céus
O que está fazendo comigo?
E eu sou fã do amor.

Você não vê?!

Sei que é placebo, mas a sensação é boa!



    Esta charge que li no blog do Jasiel Botelho é bem representativa do que considero o "efeito placebo" para a alma: tem gosto de remédio, parece com remédio, até dá alguns efeitos de melhora, mas não é remédio.

    A diferença do que vivemos nestes dias é que antes havia uma maior ignorância que um alvo de adoração ou determinado caminho espiritual era placebo, mas o que tem sido ventilado dos corredores das universidades para o mundo é que de fato precisamos mais da sensação de que estamos sendo tratados e curados do que necessariamente estarmos de fato sendo tratados e curados, porque simplesmente precisamos disso! Outra hora neste blog eu tentarei desenvolver melhor o tema, mas por enquanto basta sabermos que isso equivale a:

    - um homem de 30 anos que fala sobre a impossibilidade de existir Papai Noel, mas que mesmo assim construiu uma chaminé em casa, porque a sensação de esperança que dá receber um presente de um conto de fadas é o "grande barato".

    - um paciente terminal com câncer que recebe do seu médico uma pílula revolucionária para a cura de sua doença, mas que antes de engolir o remédio com um copo de água, ouve do mesmo doutor: - "Olha, só uma coisa, essa pílula revolucionária é um placebo, na verdade. Mas, não se preocupe, tome assim mesmo, porque o que importa é acreditar que esta pílula, mesmo falsa, te dá uma sensação de esperança gostosa!

    Bem, tão importante quanto crêr é o alvo da crença ser real!

    Se é real e não se crê, não há relacionamento!

    Se crê e não é real: placebo pra que te quero!  
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